Em agosto, as proposições serão inspiradas em vegetações brasileiras. O paisagista e artista mundialmente conhecido, Roberto Burle Marx (1909-1994), completaria mais um aniversário neste mês se estivesse entre nós. Ele projetou os jardins da Casa Roberto Marinho, nos dando uma enorme contribuição com a utilização neste e em outros espaços das espécies nativas.

“A carrapeta é uma árvore que pode chegar até 20 metros de altura. Prefere crescer em ambientes florestais e áreas de capoeiras (vegetação), sendo considerada uma espécie comum no Rio de Janeiro – há registros no Parque Nacional da Tijuca. Suas flores são pequeninas, de coloração bege e se desenvolvem em cachos. Seus frutos, quando maduros, são dispersados por meio de diferentes estratégias: a primeira é que, quando secam, liberam as sementes, as quais, por conta da gravidade (termo técnico: barocoria), caem no solo, podendo germinar e formar uma nova geração de plantas; já, a segunda envolve uma associação: a árvore seduz os pássaros expondo os caroços dentro do fruto entreaberto. Estes últimos apresentam um envoltório avermelhado que atrai as aves, as quais, por sua vez, colhem as sementes, se alimentam delas e carregam o excedente para longe da planta-mãe (termo técnico: zoocoria). Esta estratégia é utilizada pela carrapeta para ter mais chances de que suas sementes germinem em diversos locais, aumentando as possibilidades de sobrevivência da espécie. Ao mesmo tempo, as novas mudas não irão competir com sua mãe por luz e minerais do solo.” (Patricia Rosas, Botânica)

Podemos imaginar uma ave carregando as sementes da Carrapeta? Aonde você gostaria de vê-las depositadas para crescer? Sabemos que é necessário para a germinação: terra, água e temperatura adequada; mas pense que novas relações sejam possíveis, por exemplo, uma árvore germinando no topo de nossas cabeças ou de qualquer outra superfície impossível. Faça seu desenho fantástico e compartilhe conosco, invente novos funcionamentos para a natureza!