Educação
Quando
3 - 9
Julho
2020
As proposições do mês de julho se inspiram em obras de mulheres que fazem parte do acervo da Coleção Roberto Marinho.
A Insônia infinita da terra, de Maria Martins, é composta praticamente de linhas. Unindo-se e expandindo-se em certos pontos, esta obra elabora uma espécie de circuito sem início e sem fim. O nosso olhar transita continuamente sem encontrar apoio, repouso ou um centro.
A ‘organização’ dessas linhas cria uma forma sugestivamente orgânica. A impressão é a de que elas compõem o corpo de um ser vivo, seria um corpo de um animal ou vegetal? No centro, um eixo se ergue verticalmente, de onde saem e se repartem tentáculos ou galhos, mas qual dos dois? A forma decididamente não se define entre um e outro. Pode algo ser uma coisa e outra?
Algumas obras de arte nos levam a esse lugar de potência: a convivência do diferente, do indefinido, conduzindo a um espaço onde a razão não pode habitar. E o título? Palavras como insônia e infinito até aonde podem levar nossa imaginação?
Nesta proposição vamos partir de um grande carretel de barbante, pode ser de qualquer cor que contraste com o piso, ele vai se transformar em linhas orgânicas. Em família, em dupla ou mesmo individualmente, vá desenrolando essa linha e formando desenhos no chão, pensando em formas e seres que possam ser mais de uma coisa, que dialoguem com a imaginação das noites insones ou que teçam uma rede de desenhos tendendo ao infinito, ligados pela mesma linha, onde um inicia, o outro termina ou se espraia...
Obra: Maria Martins | Insônia infinita da terra, 1954 | sermolite, chumbo e madeira | 65 x 78 x 52 cm
Quando
3 - 9
Julho
2020