Exposição

Estrangeiros na Coleção Roberto Marinho

A exposição possibilita ao público ver originais de importantes artistas, raramente exibidos no Brasil

19 Jul a 10 Nov

De terça-feira a domingo
das 12h às 18h
*Entrada até 17h15

R. Cosme Velho, 1105
Rio de Janeiro, RJ

Exposição

Estrangeiros na Coleção Roberto Marinho

A exposição possibilita ao público ver originais de importantes artistas, raramente exibidos no Brasil

19 Jul a 10 Nov

De terça-feira a domingo
das 12h às 18h
*Entrada até 17h15

R. Cosme Velho, 1105
Rio de Janeiro, RJ

Jean-Baptiste Debret
Armazém de carne-seca, 1834

Armazém de carne-seca

A exposição possibilita ao público ver originais de importantes artistas, raramente exibidos no Brasil

Estrangeiros na coleção Roberto Marinho apresenta as obras de artistas nascidos no exterior que o jornalista reuniu, de modo assistemático, obedecendo às oportunidades que o acaso lhe propiciava.

Roberto Marinho constituiu uma ampla reunião de arte brasileira com foco nos modernistas, seus companheiros de geração, e nos abstratos informais dos anos 1950 e 1960. Essas duas vertentes constituíram as duas grandes exposições da Casa Roberto Marinho em seu primeiro ano de existência.

“Modernos 10” mostrou-nos que, longe de ser um projeto coletivo, o modernismo brasileiro dos anos 1930 e 1940, foi constituído por expressões singulares de um impulso renovador. Essa mesma singularidade apareceu em “Oito décadas de Abstração Informal”, reunindo um significativo conjunto de obras abstratas que, ao se afastarem da representação do real, afirmavam o território da pintura como o lugar dos gestos para expressar as subjetividades individuais.

“Estrangeiros na coleção Roberto Marinho” apresenta as obras de artistas nascidos no exterior que o jornalista reuniu, de modo assistemático, obedecendo às oportunidades que o acaso lhe propiciava. Diferentemente dos conjuntos anteriores predomina, aqui, a pluralidade. O “sujeito” é o próprio colecionador com múltiplos interesses; nas suas palavras: “toda coleção privada expõe um ponto de vista pessoal, bem como a marca de preferências por vezes reveladoras dos diferentes momentos da trajetória.”

Como exemplo desse pluralismo, na primeira sala convivem o abstracionismo expressivo da tela “monopigmentária” de Pierre Soulages,” a leveza dos trabalhos de Marc Chagall, a pintura matafísica do greco-italiano De Chirico, as ilustrações surrealistas de Salvador Dali, a geometria festiva de Sonia Delaunay e os trabalhos pós-cubistas de Fernand Léger - este último professor de Tarsila do Amaral. Telas seminais de Maria Helena Vieira da Silva, obra de Giuseppe Santomaso e a “pintura happening” de George Mathieu completam esse setor.

Nas demais salas o espectador encontrará os guaches de Raoul Dufy e os riscos poéticos de Jean Cocteau. Tapeçarias e óleo de Jean Lurçat, ao lado das telas de Maurice Utrillo, André Lhote, Maurice Vlaminck, Fillipo de Pisis e Mela Mutter, contemplam um gosto mais clássico, ao passo que a obra de Félix Labisse obedece a uma filiação surrealista. Uma têmpera sobre tela marca a presença de Marie Laurencin, única mulher do grupo cubista Section d’Or e companheira do poeta Guillaume Appolinaire.

Incluímos na exposição os estrangeiros que adotaram o Brasil como lar, a começar pelos desenhos a nanquim, do século XIX, de Giovanni Battista Castagneto. No século seguinte muitos se impuseram como importantes vozes da arte brasileira. Lasar Segall, Tomie Ohtake, Franz Weissmann, Frans Kracjberg, Yutaka Toyota, Joaquim Tenreiro, Maria Polo, Manabu Mabe e Roberto Moriconi poderiam ser chamados de artistas brasileiros que nasceram no exterior.

Um setor especial da mostra contempla um olhar estrangeiro sobre o Brasil no século XIX: as litogravuras aquareladas de Jean-Baptiste Debret, do álbum “Voyage pittoresque et historique au Brésil” ou “Séjour d’un artiste français au Brésil”. Nestes 93 trabalhos o artista desempenha o papel de historiador, botânico, biólogo, zoólogo e etnógrafo. Alguns desses desenhos foram realizados na França, a partir de esboços colhidos aqui. Esse importante registro histórico nos oferece visões por vezes discutíveis, como a indumentária dos índios, e noutras embaraçantes ao flagrar a extrema desigualdade do último país a abolir a escravidão.

Estrangeiros no Brasil possibilita ao público ver originais de importantes artistas, raramente exibidos no Brasil, assim como permite reflexões sobre pertencimento e nacionalidade ao enfocar um pouco da história da arte europeia e seus desdobramentos entre nós.


Lauro Cavalcanti
Diretor Executivo
Instituto Casa Roberto Marinho

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